quarta-feira, 18 de maio de 2011

Alma de Mãe

Alma de mãe, que vais, assim vagando,
por esses céus sem fim de azul bonança,
vela por mim que há tanto estou chorando,
distante da ventura e da esperança.

Retorna, Essencia, àquele tempo, quando,
juntinho à ti, eu era ainda criança,
dizias-me a sorrir, num gesto brando:
- meu filho, o amor das mães jamais se cansa.

E agora, que és do céu e que és de neve
Vem doce amor, pousar tua alma leve,
Por sobre a dor que o peito meu percorre.

Dá-me os carinhos teus que nunca tive,
- sublime alma de mãe que sempre vive,
- celeste alma de mãe que nunca morre!

Fortaleza, 1926

A mãe do autor (foto acima) chamava-se Maria das Dores Furtado de Paula (1883 - 1920)

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