sexta-feira, 20 de maio de 2011

Velha Porta

De ti há quanto tempo estou ausente!
e há quanto tempo estás longe de mim!
a nossa porta outrora confidente
parece estar sofrendo um mal sem fim.

Escuto ainda eterna e impenitente,
a gargalhada branca de marfim
que ela soltava infatigavelmente,
ao vires receber-me no jardim.

Tudo mudou. Entanto, agora ainda,
sempfre que o dia mansamente finda
e que me ponho triste a recordar,

ressoa levemente ao meu ouvido,
o infatigável vai-e-vem perdido
da nossa velha porta a gargalhar.

Fortaleza, 1927.

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