quinta-feira, 19 de maio de 2011

Jangadas




Quedei-me a contemplá-las com surpresa,
as jangadinhas brancas sobre o mar...
esta chegando do perigo ilesa,
partindo aquela como a interrogar!

Todas seguindo a mesma correnteza
velas partindo... velas a voltar...
e quando a trilha muda, que tristeza!
Ai do destino dos que vão pescar


Também no mar da vida enraivecido,
Feliz do jangadeiro destemido,
Que vai e volta pela mesma estrada.

Pois o que segue a esmo... indiferente,
Há de encontrar por certo uma corrente,
Que lhe desvie o curso da jangada.

Fortaleza, 1927

Este poema foi musicado pelo maestro Euclydes da Silva Novo, com pauta musical para piano e canto.

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