Olhos que vi um dia dormitando nos meus olhos parados de tristeza...
em vós há um doce eflúvio me acordando
n'alma tristonha um canto de beleza.
Olhos mortos de lago adormecido
Num calado frouxel de solidão
Sois o filtro melhor que eu hei sentido
Tombar no meu deserto coração!
Por isto - assim de longe - qual criança,
Sem o sentir eu ponho-me a chorar
- com saudades da gota de esperança
que nunca mais voltou ao meu olhar!
Fortaleza, 1926
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